Os Celestiais do Apocalipse - Prólogo da Devastação - Capítulo I - Despertar


 Acordei no meu quarto escuro, debaixo de três camadas de cobertas, embora os últimos dias tivessem sido quentes. Muito disso devido a pernilongos, uma das partes mais chatas de viver num país tropical como o Brasil. Revirei meu corpo e tentei abrir as cortinas, e imediatamente a luz indireta do Sol atingiu meus olhos, me fazendo fecha-las imediatamente. Eu ainda não estava pronto para sair da escuridão do meu quarto. Meu pai dizia que eu parecia com um morcego as vezes. Eventualmente me levantei, um pouco suado por conta do meu calor retido pelas cobertas e ainda sonolento.

Minha casa era um apartamento relativamente simples. O piso era de madeira laminada marrom, as paredes eram de tijolos cobertas por uma camada de gesso branco e o banheiro era tinha suas paredes e o chão cobertos por azulejos brancos. O meu quarto era separado dos outros cômodos por uma porta de madeira. Ele possuía um quadro branco na parede ao lado do meu guarda roupas. Abaixo da janela ficava minha cama e na frente dela minha mesa onde costumava ficar meu computador e muitas outras coisas que eu não gostava de guardar no meu armário, como os cadernos da escola e livros.

Na sala, na parede ao lado do meu quarto, havia um rack onde se estava posta a TV. A direita da TV, a parede onde ficavam tanto a porta de saída da casa quanto as janelas. Próximo a janela, havia uma mesa de vidro com quatro cadeiras de madeira, uma para cada lado da mesa. Do lado direito da mesa, na outra parede, haviam dois sofás um do lado do outro. A porta ao lado do meu quarto era do quarto dos meus pais, e ainda logo em seguida do quarto dos meus pais, estava o banheiro. Ao lado esquerdo do banheiro, estava a cozinha da casa.
                         
Meu nome é Ismael Alves Rodrigues. Um aluno de ensino médio no seu primeiro ano. Nesta época eu ainda tinha 1,75 de altura, cabelos castanho escuros e anelados, relativamente magro e com pouca musculatura aparente, e eu usava óculos devido a miopia e astigmatismo. Eu não gostava de deixar meu cabelo crescer muito, portanto meu corte sempre era bastante curto nas laterais da cabeça e em cima, eu deixava o cabelo intencionalmente. Minhas sobrancelhas eram grossas e meus olhos tinham o tamanho normal, com algumas olheiras depois de tantos anos ficando acordado até tarde no computador, desde a infância. Minhas íris tinham a cor mais comum, castanho escuro. Minha barba estava relativamente bem desenvolvida, porém assimétrica e não era muito lisa, portanto, eu não deixava crescer muito, mas não a raspava também, deixando-a curta no meu rosto, embora eu ocasionalmente raspasse ela, como havia feito na noite anterior.

Assim que acordei, fui diretamente ao banheiro, tentando meu melhor para não bambear no meio do caminho, enquanto eu seguia a passos lentos até o meu destino. Imediatamente liguei a torneira da pia e enfiei meu rosto debaixo da água, e em seguida, usei meu sabonete especial para limpar meu rosto, já enxugando o imediatamente com a água. Após isso me senti mais acordado. Sai do banheiro, já com meu passo normal e sem sentir o imenso sono de antes. Era um dia claro do lado de fora, o que era visível pelas janelas da casa. A porta do quarto dos meus pais estava fechada, pois ainda era muito cedo. Me dirigi a cozinha e comecei a preparar meu café enquanto colocava em mente os deveres do meu dia.

"Então é hoje que vou sair junto com as meninas. Parece que dessa vez todas elas vão poder sair sem problemas."

Pensei enquanto terminava de me servir, colocando café com leite em um copo de vidro e colocava meu pão com manteiga no prato. Este havia sido meu café da manhã desde quando eu me conhecia por pessoa. Assim que estava tudo no seu lugar, voltei para meu quarto e comecei a comer a primeira refeição do dia.

Após terminar a refeição, deixei o copo e o prato na pia e fui direto para o banheiro tomar um banho.

Com isto feito voltei para o quarto e me vesti com uma calça jeans azul escura e me deitei na cama para checar o celular e ver se alguma mensagem das minhas amigas havia chegado. Quando observei o aplicativo de comunicação, pude ver que todas estavam online, porém nenhuma delas havia me enviado mensagem alguma, então dei um "Bom dia" a todas elas. Uma das minhas amigas, Vivian, imediatamente me respondeu com um longo "Boooom dia!", enquanto as outras continuaram silenciosas. Começamos a trocar algumas mensagens.

- Ei Vivian, já está se arrumando?

- Eu já terminei é de me arrumar. Acordei cedo hoje.

- Poxa, pra acordar mais cedo ainda que as 7:00?

- To animada. As outras meninas já até saíram de casa.

- Deu pra notar. Vou me arrumar aqui. Nos vemos na onde combinamos, certo?

- Tudo bem, até mais!

Depois da breve conversa, me apressei para vestir uma camisa polo preta com algumas estampas brancas, e meu tênis também preto. Sempre tive um apego por vestimentas pretas por alguma razão. Após acabar de me arrumar, chequei o quarto dos meus pais, que ainda estavam dormindo.

- Estou indo, tchau pai, tchau mãe.

Disse em silêncio, para caso eles estivessem dormindo, eu não os incomodasse. Eles nem responderam, então conclui que ainda estavam dormindo. Fechei a porta do quarto deles e sai do apartamento.

Me levou mais ou menos uma hora até eu chegar até o centro da cidade. Estava surpreendentemente movimentado, embora ainda fosse cedo. Talvez porque era um dia de útil, mas como estávamos no período de férias de julho, podíamos ficar tranquilos em relação a escola. Assim que cheguei na porta do shopping onde iriamos ao cinema, me escorei na porta e comecei verifiquei as horas no celular.

"8:17. O horário está bom. Elas devem chegar logo."

O horário combinado era 8:30, e como era de se esperar, pude ver duas figuras femininas familiares se aproximando de mim, vindo do quarteirão ao lado. Duas garotas menores que eu. Uma mais alta que a outra. A mais alta era Vivian, uma morena de cabelos castanhos cacheados um pouco abaixo dos ombros, que estava usando óculos pretos, uma calça jeans azul, um tênis preto e branco e uma blusa de moletom rosa. A outra garota, Gabrielle, era mais baixa, tinha a pele mais clara, cabelos castanho claros, quase loiros e estava usando um vestido vermelho de saia embaixo de um sobretudo, e um par de sapatilhas. Assim que elas me perceberam, eu acenei, elas se aproximaram.

Ismael:  Ei Vivian, Gabrielle. Agora só está faltando a Ana, certo?

Vivian: Oi Ismael!

Gabrielle: Oi. E sim, só falta a Ana.

Vivian:  Mas não e ela vindo por ali não?

Vivian apontou na direção oposta, e lá estava Ana, com seus longos cabelos negros e sua escura pele, vestindo uma calça jeans, um par de tênis esportivos e uma blusa de moletom preta meio aberta, que dava visão para sua blusa verde escuro que expunha um pequeno decote e ela já estava andando em nossa direção.
                        
Ana:  Sério, você não sente frio não Ismael?
                         
Ismael:  Estou acostumado a me vestir assim. Pronta para curtir o dia?
                         
Ana: Claro!
                         
Depois disso ela se dirigiu até as outras garotas e as cumprimentou. Após isso fomos até a lanchonete e em seguida ao cinema. Estava tudo indo perfeitamente bem.

                                    

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